O ditador das minorias

Tinha acabado de se tornar Presidente, depois de uma grande campanha sem recursos financeiros, ou como diria nas suas palavras, "em prol das minorias e oprimidos pelo sistema",  e como tinha oprimido nesse sistema. Tinha sido eleito com tantos votos que nem lembrava mais o nome dos eleitores, chamava agora todo mundo de "companheiro", "meu querido". Queria colocar todas as ideias de campanha em prática, começou ajudando os oprimidos, os menos favorecidos, e conseguiu, era o que contavam, e era o suficiente. O ideal se concretizou, a injustiça tinha acabado, não havia mais pessoas pobres, todos estavam muito bem, e as reclamações, o desespero, as revoltas acabaram de vez. O medo agora era de falar uma coisa indevida, de ser autêntico, de ser livre, medo de criticar, mas tudo tinha consequência, pior era antes. O Presidente, como agora era conhecido, era a última voz, e aí de quem não concordasse, tinha que ser muito burro, pois tudo agora estava bom.

Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha.

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